domingo, 29 de agosto de 2010

A Anarquia - 1135 a 1153

"Henrique I morreu na Normandia em Dezembro de 1135 de intoxicação alimentar provocada pela ingestão de lampreias estragadas. Matilde foi designada rainha de Inglaterra, mas o fato de ser mulher e casada com o angevino Geoffrey Plantageneta, Conde de Anjou, provocou uma insurreição popular instigada pelos nobres normandos. Estevão de Blois, sobrinho de Henrique, torna-se rei de Inglaterra dando início à guerra civil conhecida como a Anarquia".

A Anarquia: quando Matilde casou com Geoffrey, os nobres não aceitaram, e passaram a apoiar que Estevão de Blois, filho de Adela (irmã de Henrique) fosse o novo Rei.

Sem apoios em Inglaterra, Matilde virou-se para o rei David I da Escócia, seu tio materno, que em 1138 invadiu Northumberland em seu nome. A campanha não foi enérgica o suficiente e o exército de David foi derrotado em Agosto na batalha do Estandarte. Seguro no trono, Estevão deu-se então ao luxo de cometer alguns erros políticos que lhe custaram o apoio de alguns nobres importantes. Entre eles contava-se Roberto de Gloucester, que tomou o partido de Matilde no fim do ano.
Em 1139, Matilde entra em Inglaterra e toma o Castelo de Arundel, iniciando a guerra civil. Reunida com Gloucester, o seu exército tomou algumas praças importantes nos anos seguintes, sem que ocorresse uma batalha definitiva. Entretanto, o governo de Estevão mostrava-se cada vez mais fraco e incapaz de controlar as sucessivas insurreições populares.
A 2 de Fevereiro de 1141 ocorre uma batalha entre os partidários de Estevão e de Matilde. O resultado é uma derrota clara de Estevão que é feito prisioneiro em Bristol. Matilde passou então a controlar o país da sua capital em Londres e recusou o título de rainha, preferindo chamar-se Senhora dos Ingleses. A sua vantagem durou pouco tempo devido à atitude arrogante e à influência que Geoffrey Plantageneta detinha sobre ela. Em Setembro, Londres era já uma cidade cheia de inimigos e Matilde retira-se para Oxford. Na mesma altura, Roberto de Gloucester é apanhado por aliados de Estevão e ameaçado de morte. Matilde vê-se então obrigada a trocar o meio irmão pela liberdade de Estevão, que se apressa a recuperar a coroa e o controle do país. O exército de Estevão desloca-se então para Oxford, onde monta cerco ao castelo onde se encontrava Matilde, que só não é apanhada porque, segundo a lenda, fugiu sozinha a meio da noite atravessando os campos cobertos de neve. Matilde nunca mais recuperou a vantagem e em 1147 é obrigada a fugir para o Condado de Anjou, o feudo do marido.
Estevão recuperou a coroa mas não a autoridade ou a força política que nunca teve. O estado de caos generalizado propagou-se ao país, onde durante os anos seguintes não houve lei que fosse respeitada. Cronistas contemporâneos referem este período como a época em que Cristo e todos os seus apóstolos dormiram, o que resultou no nome de a anarquia pelo que a guerra é conhecida.
Nos anos seguintes, a saúde de Estevão foi piorando. O rei fez o que pode para legitimar as suas pretensões da sua linha à coroa inglesa e tentou coroar o filho Eustáquio IV, Conde de Bolonha em sua vida. O Papa proibiu-o e chegou mesmo a colocar Inglaterra sob um interdito pela ousadia da proposta.

Quando Eustáquio morre em 1153, as esperanças de preservar a linha dos Blois ruiram. Entretanto Henrique Plantageneta, o filho mais velho de Matilde e do Conde de Anjou, viu a sua oportunidade. Henrique, apesar dos 20 anos de idade, tinha um apurado sentido político e sabia aproveitar as suas oportunidades, ao contrário de Estevão. Pouco depois da morte de Eustáquio, invadiu a Inglaterra e em Novembro forçou Estevão a assinar o Tratado de Wallingford, onde o reconhecia como herdeiro.
Com a morte de Estevão no ano seguinte, Henrique torna-se rei sem oposição, iniciando a dinastia angevina (Plantagenetas) de reis de Inglaterra. Matilde nunca regressou a Inglaterra e retirou-se para Ruão.

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