domingo, 29 de agosto de 2010

Filme: Legião (2010)

Ontem assisti o filme "Legião", e resolvi fazer alguns comentários sobre ele...

O filme nos remete ao nascimento de Jesus Cristo, pois a trama gira em torno de uma criança que está para nascer. Mas, obviamente, esse não é o primeiro filme a tratar desse assunto. Lembro de vários outros filmes que tratavam do mesmo assunto, de O Bebê de Rosemary (1968) a Constantine (2005), passando pelo Exterminador do Futuro (1984).
Você pode dizer: "mas essas crianças não eram Jesus Cristo!" E eu respondo: mas eram crianças!
Hollywood, de tempos em tempos, procura fazer filmes onde crianças são mais do que simples crianças. Lembro-me do filme Os Meninos do Brasil (1978), em que o médico alemão Mengele criou clones de Hitler, para ressuscitar o Nazismo, e as crianças tinham que passar pelas mesmas situações que passou o "original", a fim de que a "experiência" desse certo...É a transformação da inocência em algo maligno...
Então, podemos ver que o fato de haver uma criança no centro das atenções não é em nada original.
Talvez, a originalidade desse filme esteja no fato de que os anjos não são bem o que pensamos deles...

O Arcanjo Miguel é o líder dos exércitos celestiais, padroeiro da Igreja Católica e preside o arrependimento e a justiça.
O Arcanjo Gabriel foi o que anunciou a Maria que ela teria um filho, Jesus. É o mensageiro de Deus, mas também é conhecido como o "anjo da morte". Teria sido ele também que trouxe a mensagem de Deus a Maomé, criador do Islamismo.

No filme, Gabriel faz o que Deus manda, enquanto que Miguel faz o que Deus precisa...Essa subjetividade complica um pouco o enredo do filme, se pensarmos num Deus onisciente e onipresente...Ele mesmo poderia ter resolvido a questão, sem precisar de anjos...E muito menos precisaria que os anjos discutissem suas ordens...

O mais estranho, talvez, nesse filme, é o fato de anjos se apossarem de pessoas, como se fossem demônios...

E a batalha do filme é aquela onde percebemos um toque de RPG: Gabriel, como bom Venator, possui asas de metal, que rebatem as balas da arma usada por Miguel (que, estranhamente, parece estar satisfeito em ter tirado as suas).

Em resumo, esse filme pode receber uma nota 6,0, mais pelas idéias sobre o caráter dos anjos e por nos dar idéias para RPG, do que pelo enredo do filme...

A Anarquia - 1135 a 1153

"Henrique I morreu na Normandia em Dezembro de 1135 de intoxicação alimentar provocada pela ingestão de lampreias estragadas. Matilde foi designada rainha de Inglaterra, mas o fato de ser mulher e casada com o angevino Geoffrey Plantageneta, Conde de Anjou, provocou uma insurreição popular instigada pelos nobres normandos. Estevão de Blois, sobrinho de Henrique, torna-se rei de Inglaterra dando início à guerra civil conhecida como a Anarquia".

A Anarquia: quando Matilde casou com Geoffrey, os nobres não aceitaram, e passaram a apoiar que Estevão de Blois, filho de Adela (irmã de Henrique) fosse o novo Rei.

Sem apoios em Inglaterra, Matilde virou-se para o rei David I da Escócia, seu tio materno, que em 1138 invadiu Northumberland em seu nome. A campanha não foi enérgica o suficiente e o exército de David foi derrotado em Agosto na batalha do Estandarte. Seguro no trono, Estevão deu-se então ao luxo de cometer alguns erros políticos que lhe custaram o apoio de alguns nobres importantes. Entre eles contava-se Roberto de Gloucester, que tomou o partido de Matilde no fim do ano.
Em 1139, Matilde entra em Inglaterra e toma o Castelo de Arundel, iniciando a guerra civil. Reunida com Gloucester, o seu exército tomou algumas praças importantes nos anos seguintes, sem que ocorresse uma batalha definitiva. Entretanto, o governo de Estevão mostrava-se cada vez mais fraco e incapaz de controlar as sucessivas insurreições populares.
A 2 de Fevereiro de 1141 ocorre uma batalha entre os partidários de Estevão e de Matilde. O resultado é uma derrota clara de Estevão que é feito prisioneiro em Bristol. Matilde passou então a controlar o país da sua capital em Londres e recusou o título de rainha, preferindo chamar-se Senhora dos Ingleses. A sua vantagem durou pouco tempo devido à atitude arrogante e à influência que Geoffrey Plantageneta detinha sobre ela. Em Setembro, Londres era já uma cidade cheia de inimigos e Matilde retira-se para Oxford. Na mesma altura, Roberto de Gloucester é apanhado por aliados de Estevão e ameaçado de morte. Matilde vê-se então obrigada a trocar o meio irmão pela liberdade de Estevão, que se apressa a recuperar a coroa e o controle do país. O exército de Estevão desloca-se então para Oxford, onde monta cerco ao castelo onde se encontrava Matilde, que só não é apanhada porque, segundo a lenda, fugiu sozinha a meio da noite atravessando os campos cobertos de neve. Matilde nunca mais recuperou a vantagem e em 1147 é obrigada a fugir para o Condado de Anjou, o feudo do marido.
Estevão recuperou a coroa mas não a autoridade ou a força política que nunca teve. O estado de caos generalizado propagou-se ao país, onde durante os anos seguintes não houve lei que fosse respeitada. Cronistas contemporâneos referem este período como a época em que Cristo e todos os seus apóstolos dormiram, o que resultou no nome de a anarquia pelo que a guerra é conhecida.
Nos anos seguintes, a saúde de Estevão foi piorando. O rei fez o que pode para legitimar as suas pretensões da sua linha à coroa inglesa e tentou coroar o filho Eustáquio IV, Conde de Bolonha em sua vida. O Papa proibiu-o e chegou mesmo a colocar Inglaterra sob um interdito pela ousadia da proposta.

Quando Eustáquio morre em 1153, as esperanças de preservar a linha dos Blois ruiram. Entretanto Henrique Plantageneta, o filho mais velho de Matilde e do Conde de Anjou, viu a sua oportunidade. Henrique, apesar dos 20 anos de idade, tinha um apurado sentido político e sabia aproveitar as suas oportunidades, ao contrário de Estevão. Pouco depois da morte de Eustáquio, invadiu a Inglaterra e em Novembro forçou Estevão a assinar o Tratado de Wallingford, onde o reconhecia como herdeiro.
Com a morte de Estevão no ano seguinte, Henrique torna-se rei sem oposição, iniciando a dinastia angevina (Plantagenetas) de reis de Inglaterra. Matilde nunca regressou a Inglaterra e retirou-se para Ruão.

domingo, 22 de agosto de 2010

Monumentos Históricos Ingleses

No post anterior, citamos alguns locais históricos da Inglaterra. Para ilustrar melhor o tema, resolvemos "conhecer" um pouco mais três deles:

1 - Abadia de Westminster: a Westminster Abbey fica na cidade de Westminster e é considerada a mais importante da Inglaterra, sendo o local de coroação dos monarcas ingleses.
Em 616, um pescador do Rio Tâmisa teve uma visão de São Pedro, e ali foi criado um local de culto. Em 970, São Dunstan de Canterbury criou ali uma comunidade de Monges Beneditinos. Entre 1045 e 1050, o Rei Eduardo, o Confessor, ordenou que ali fosse construída a Abadia. Ela foi consagrada em 1065 e ele foi enterrado ali.
Os reis Guilherme I (em 1066), Guilherme II (1087) e Henrique I (1100), foram os primeiros monarcas ingleses a ser coroados ali.

2 - Catedral de Winchester: essa Catedral começou a ser construída no século XI, quando Winchester era a capital da Inglaterra. Ela foi construída onde antes ficava um mosteiro de monges beneditinos, fundado em 642. Foi ali que o Rei Eduardo, o Confessor, foi coroado e é ali que está sepultado o Rei Guilherme II, entre outros.

3 - Castelo de Cardiff: ele fica na cidade de Cardiff, capital do País de Gales. Por volta do ano 55, ali foi construído um forte romano. O Castelo foi construído no mesmo local e a torre de arquitetura normanda foi construída em 1091. Seu prisioneiro mais célebre foi Roberto II, filho de Guilherme I e Duque da Normandia. Ele ficou preso ali entre 1106 e 1134.

Guilherme I e seus Filhos

Guilherme I, o Conquistador, nasceu em 1027 e morreu em 1087. Seu feito mais extraordinário foi o de conquistar a Inglaterra. Assim, o Duque da Normandia, vassalo do Rei da França e descendente de vikings, passou a ser o soberano inglês (a Tapeçaria de Bayeux, uma tapeçaria de cerca de meio metro de altura por setenta de comprimento, é uma homenagem à Batalha de Hastings, decisiva para a vitória de Guilherme).
Obviamente, nem todos aceitaram ter um normando como soberano, e durante seis anos, até 1072, ele se dedicou a derrotar os revoltosos. Foi ele também, que ordenou a construção da Torre de Londres, onde seriam aprisionados muitos nomes famosos, no futuro...
Guilherme I teve dez filhos, sendo que os mais conhecidos foram Roberto, Guilherme e Henrique.

Roberto II (1054/1134) era o mais velho e também o mais corajoso filho de Guilherme I e Matilde de Flandres. Mas tinha um temperamento intempestivo. Por isso, Guilherme I deixou o Reino da Inglaterra para Guilherme II enquanto que a Roberto coube o Ducado da Normandia.
Roberto não aceitou, e fez uma guerra contra o irmão mais novo. Por fim, os dois assinaram um Tratado, onde um seria sucessor do outro. Mas em 1096, Roberto II juntou-se à Primeira Cruzada, rumo à Terra Santa.
Em 1100, ele estava longe da Inglaterra, quando Guilherme II morreu, e seu irmão mais novo, Henrique, usurpou o trono inglês. Protegido pelo exército, e pela população, que não gostava de Roberto, Henrique acabou tornando-se o novo soberano inglês, através do Tratado de Alton.
Mais tarde, Henrique invadiu a Normandia (1105), derrotou Roberto II e o aprisionou no Castelo de Cardiff, onde ele ficou até a morte.

Guilherme II (1056/1100) era filho de Guilherme I e Matilde de Flandres e seu apelido era "Rufus" ("Ruivo"), por causa da cor de seu cabelo. Seu reinado foi difícil, pois ele teve que enfrentar várias revoltas internas, bem como ataques dos reis da Escócia. Em 1100, ele foi atingido por uma flecha no olho. Foi sepultado na Catedral de Winchester e não deixou herdeiros.
Segundo Tratado que assinou com Roberto, esse é que devia assumir o trono. Mas quem assumiu foi seu irmão mais novo, Henrique.

Henrique I (1068/1135) era filho de Guilherme I e Matilde de Flandres, e irmão de Roberto II e Guilherme II. Como era o terceiro filho homem, foi educado para o sacerdócio e não para ser rei. Talvez por isso, foi o único filho a aprender inglês.
Enquanto Roberto e Guilherme brigavam pelo trono inglês, Henrique se manteve à sombra.
Mas, quando Guilherme II morreu, em 1100, Henrique aproveitou que Roberto estava longe, na Terra Santa (Primeira Cruzada) e usurpou o trono inglês, sendo coroado na Abadia de Westminster. O povo inglês o apoiou, pois não gostavam de Roberto.
Assim, Henrique tornou-se Henrique I, Rei da Inglaterra e, em 1105, tomou o Ducado da Normandia de seu irmão, prendendo-o no Castelo de Cardiff.
Infelizmente, em 1120, o filho de Henrique e seu sucessor, Guilherme Adelin, morreu num naufrágio. Assim, ele nomeou sua filha Matilde como sua sucessora, e obrigou os nobres a lhe jurarem fidelidade.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Os Ainur e Arda, a Terra.

Quando Ilúvatar apresentou aos Ainur o que criaram, eles foram surpreendidos pelos filhos de Ilúvatar, pois ele também se dedicou a criar algo, enquanto eles produziam o tema musical que criou Arda, a Terra.
Os Ainur amaram os Filhos de Ilúvatar, pois eles eram diferentes e livres. Eles eram os elfos e os homens, os Primogênitos e os Sucessores.
Melkor, o mais poderoso dos Ainur, procurou imaginar que submeter os Filhos de Ilúvatar lhes faria bem. Mas, no fundo de seu ser, sentia inveja deles, assim como sentia do próprio Ilúvatar. Ele queria ter seus próprios súditos, que se submetessem à sua vontade...
Todas as coisas em Arda deixaram os Ainur maravilhados.

"Mas de todas era a água a que mais enalteciam. E dizem os eldar que na água ainda vive o eco da Música dos Ainur mais do que em qualquer outra substância existente na Terra; e muitos dos Filhos de Ilúvatar escutam, ainda insaciados, as vozes do Oceano, sem contudo saber por que o fazem..."

Mas, quem eram os Ainur? Além de participarem da criação de Arda, muitos deles foram ali morar, e foram divididos em Valar e Maiar. Os Valar tinham poder maior e os Maiar tinham poder menor, passando a servir os primeiros.
Os Valar (masculinos) e as Valier (femininos), são: Manwë, Ulmo, Aulë, Mandos, Oromë, Lórien e Tulkas (Valar), Varda, Yavanna, Nienna, Estë, Vairë, Nessa e Vána (Valier).
Desses quatorze, oito possuem maior prestígio e, por isso, são chamados de Aratar: Manwë, Ulmo, Aulë, Mandos, Oromë, Varda, Yavanna e Nienna.

de Rollo a Guilherme, O Conquistador

Rollo (846/932) foi o chefe viking que assinou o Tratado de Saint-Clair-sur-Epte com o Rei carlos, o Simples, em 911. Por esse tratado, ele se tornou líder da Normandia, provavelmente um Duque.
Segundo a tradição feudal, os duques eram vassalos dos reis, e lhes deviam obediência. Assim, Rollo passou a ser fiel ao Rei. Ele também é identificado como Roberto I.
Por volta de 927, ele passou o título de Duque para seu filho, William I Longsword (também conhecido como Guilherme I).
Guilherme I (893/942) era filho de Rollo e Poppa, e nasceu como cristão (Rollo se convertera em 911). Seu sucessor foi seu filho, Ricardo I.
Ricardo I (933/996) era filho de Guilherme I e Sprota. Ele era um menino quando seu pai morreu, e não conseguiu impedir que Luís IV (filho do Rei Carlos, o Simples), invadisse a Normandia e o prendesse. Somente em 947 ele recuperou a Normandia. Seu sucessor foi seu filho, Ricardo II.
Ricardo II (970/1026) era filho de Ricardo I e Gunnor, assumindo o Ducado da Normandia em 996. E o filho de Ricardo II, também de nome Ricardo, foi seu sucessor.
Ricardo III (997/1027) era filho de Ricardo II e Judith. Sem casar e sem ter filhos, Ricardo III governou durante pouco tempo (cerca de sete anos) e morreu, sendo sucedido por seu irmão, Robert.
Robert I (1000/1035) era filho de Ricardo II e Judith. Assumiu o Ducado após a morte de seu irmão, em 1027 (existe a suspeita de que ele tenha matado o irmão). Seu sucessor foi seu filho, Guilherme.
Guilherme II (1028/1087) era filho de Robert I e Herleva. Quando seu pai morreu, em 1035, ele assumiu o Ducado da Normandia. Em 1053, casou com Matilda de Flandres, tendo dez filhos.

Em 1066, morreu o Rei Eduardo, o Confessor, de Wessex (um dos Reinos Ingleses), sem deixar herdeiros ou sucessores. Assim, surgiram três pretendentes ao trono:
a) Harold Godwinson, Conde de Wessex;
b) Harald III da Noruega (Harald Hardrada);
c) Guilherme II, Duque da Normandia.

Guilherme se apoiava no fato de que sua tia-avó Emma (irmã de Ricardo II) havia sido mãe do Rei Eduardo. Mas, enquanto ele contestava seu direito, foi coroado Harold Godwinson.
Como o Papa Alexandre II o apoiava, Guilherme II organizou um exército e partiu em direção à Inglaterra. Após inúmeras batalhas, Guilherme II conquistou a Inglaterra e, no Natal de 1066 foi coroado como Rei da Inglaterra. Ele passou a ser conhecido como Guilherme, o Conquistador, ou Guilherme I da Inglaterra.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Tratado de Saint-Clair-sur-Epte

O Tratato de Saint-Clair-sur-Epte foi assinado no outono de 911 entre Carlos o Simples e Rollo, líder dos Vikings, com o objetivo de assentar os normandos na Nêustria e proteger o reino de Carlos de novas invasões normandas.
Após muitas batalhas com os Vikings, Carlos percebeu que ele não conseguiria mais conter os seus avanços e decidiu como medida temporária ceder a Rollo as terras ao redor de Rouen, sob a condição de que ele deveria se converter ao Cristianismo e defender o Rio Sena de outros vikings.
No tratado, Rollo jurou lealdade a Carlos, tornando-se vassalo do rei e se convertendo ao Cristianismo. Em contrapartida, Carlos cedeu a Rollo a região do baixo Sena (correspondente hoje a Alta Normandia), localizada ao redor da cidade de Rouen, que desde então passou a se chamar Normandia. Existem controvérsias entre os historiadores se a posição de Rollo no recém criado Feudo da Normandia era de Duque ou se era equivalente a de um Conde.

Os Vikings

Para entendermos a continuação da História da Inglaterra, devemos parar e analisarmos os Vikings, povo vindo da Escandinávia, que invadiu as Ilhas Britânicas e parte do continente europeu, entre os séculos VIII e XI.

Se você observar um mapa europeu, verá que a Escandinávia fica ao norte da Grã-Bretanha. Por isso, os Vikings eram também chamados de "homens do Norte". Eles viviam na Noruega, na Suécia e na Dinamarca. Suas principais cidades eram Hedeby, Ribe, Viborg, Skara, Oslo, Birka e outras.

A sociedade Viking era dividida em jarls (nobres), karls (povo livre) e thralls (escravos de guerra ou por dívidas). Possuíam reis e rainhas.

A maior parte dos povoados Vikings eram fazendas pequenas, com entre cinqüenta e quinhentos habitantes. Nessas fazendas, a vida era comunitária, ou seja, todos deviam se ajudar mutuamente. O trabalho era dividido de acordo com as especialidades de cada um. Uns eram ferreiros, outros pescadores (os povoados sempre se desenvolviam nas proximidades de rios, lagos ou na borda de um fiorde), outros cuidavam dos rebanhos, uns eram artesãos, outros eram soldados profissionais, mas a maioria era agricultora.

As mulheres, após o casamento, mudavam para a família do marido e tinham trabalhos como cozinhar, limpar e cuidar dos necessitados. As mulheres eram obedientes, mas podiam pedir divórcio, caso houvesse motivo, já os maridos podiam ter concubinas e matar as mulheres adúlteras, mas tinham de pagar ao pai da noiva para casar. Como as famílias ensinavam os trabalhos aos filhos, muitos trabalhos eram familiares, como os stenfsmiors, que construíam barcos e com a madeira dos barcos velhos, reparavam os outros barcos.

Mas os Vikings também eram hábeis marinheiros e, com seus Drakkar ("navios dragão"), fizeram comércio e também saquearam...

Eles tinham três rotas comerciais:

1) Rota Oriental - Seguida principalmente pelos suecos, que penetraram no coração dos territórios eslavos, até Novgorod e Kiev, fundando o primeiro Estado russo.

2) Rota Ocidental (linha interna) - seguida principalmente pelos dinamarqueses, que os conduzia às costas da Escócia, da Northumbria e da Neustria.

3) Rota Ocidental (linha externa)- seguida principalmente pelos noruegueses, no qual fundaram a Islândia, Groelândia e a visita à América do Norte.

Os Vikings fizeram a primeira investida no Oeste no final do século VIII. Os primeiros relatos de invasões viking datam de 793, quando dinamarqueses ("marinheiros estrangeiros") atacaram e saquearam o famoso monastério insular de Lindisfarne, na costa Leste da Inglaterra. Eles saquearam o monastério, mataram os monges que resistiram, carregaram seus navios e retornaram à Escandinávia.
Nos 200 anos seguintes, a história Europeia encontra-se repleta de contos sobre os Vikings e suas pilhagens. O tamanho e a frequência das incursões contra a Inglaterra, França e Alemanha aumentaram ao ponto de se tornarem invasões. Eles saquearam cidades importantes como Hamburgo, Utrecht e Rouen.
Colônias foram estabelecidas como bases para futuras incursões. As colônias no Noroeste da França ficaram conhecidas como Normandia (de "homens do Norte"), e seus residentes eram chamados de normandos.
Em 865, um grande exército dinamarquês invadiu a Inglaterra. Eles controlaram a Inglaterra pelos dois séculos seguintes. Um dos últimos reis de toda a Inglaterra até 1066 foi Canuto, que governava a Dinamarca e a Noruega simultaneamente.
Em 871, uma outra grande esquadra navegou pelo Rio Sena para atacar Paris. Eles cercaram a cidade por dois anos, até abandonarem o local com um grande pagamento em dinheiro e permissão para pilhar, desimpedidos, a parte Oeste da França.
Em 911, o rei da França elevou o chefe da Normandia a Duque em troca da conversão ao Cristianismo e da interrupção das incursões.
Do Ducado da Normandia veio uma série de notáveis guerreiros como Guilherme I, que conquistou a Inglaterra em 1066; Robert Guiscard e família, que tomaram a Sicília dos árabes entre 1060 e 1091 e Balduíno I, rei cruzado de Jerusalém.
Os Vikings conquistaram a maior parte da Irlanda e grandes partes da Inglaterra, viajaram pelos rios da França, Portugal e Espanha, e ganharam controle de áreas na Rússia e na costa do Mar Báltico. Houve também invasões no Mediterrâneo e no leste do Mar Cáspio e há indícios que estiveram na costa do novo continente, fundando a efêmera colônia de Vinland, no atual Canadá.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Ainulindalë

Não é possível imaginar como seria Ainulindalë (A Música dos Ainur). Por isso, tentei postar uma imagem aproximada...
Ainulindalë foi a música que Eru (também conhecido como Ilúvatar) usou para criar tudo que existe. Essa música foi utilizada, primeiramente, para criar os Ainur, os Sagrados.
Os Ainur faziam companhia para Eru e, junto com ele, criavam a música...Sozinhos, em grupos, todos os Ainur faziam Ainulindalë. Mas apenas Eru conhecia todas as notas, todos os acordes. Os Ainur conheciam apenas partes dela...
Mas, chegou o momento em que Eru propôs uma música nova, grandiosa, para os Ainur.

"E então as vozes dos Ainur, semelhantes a harpas e alaúdes, a flautas e trombetas, a violas e órgãos, e a inúmeros coros cantando com palavras, começaram a dar forma ao tema de Ilúvatar"...

E enquanto eles produziam essa música, Eru/Ilúvatar ouvia, em silêncio.

Mas um dos Ainur, Melkor, começou a criar acordes diferentes daqueles propostos por Ilúvatar. Ele ansiava em se destacar, em fazer a mais, que os demais Ainur...Os outros desafinaram, ou começaram a cantar como ele, gerando mudanças na música original de Ilúvatar. Este ergueu a mão, e começou a dar novos contornos ao tema de Melkor.
Mas Melkor começou a forçar seu próprio tema, e teve início um embate, que fez os Ainur silenciar...Logo, haviam duas músicas tocando juntas:

"uma era profunda, vasta e bela, mas lenta e mesclada a uma tristeza incomensurável, na qual sua beleza tivera principalmente origem. A outra havia agora alcançado uma unidade própria; mas era alta, fútil e infindavelmente repetitiva; tinha pouca harmonia, antes um som uníssono e clamoroso como o de muitas trombetas soando apenas
algumas notas. E procurava abafar a outra música pela violência de sua voz, mas suas notas mais triunfais pareciam ser adotadas pela outra e entremeadas em seu próprio arranjo solene".


Quando o som já era ensurdecedor, Ilúvatar ergueu as mãos e a música cessou. E os Ainur (inclusive Melkor), foram levados a ver o que haviam criado com sua música: Arda, a Terra. E cada Ainur se reconheceu nessa criação, pois todos participaram de sua configuração. E até Melkor, num misto de vergonha e raiva, percebeu que também tivera parte nisso, e que fazia parte dos Ainur, mesmo que não gostasse ou não concordasse...

(esse texto se baseia no Silmarillion, de J.R.R. Tolkien, publicado em 1977. O Post Original, de onde retirei esse texto, é de 7 de julho de 2008)

Egbert de Wessex

Egbert, governante de Wessex, nasceu em 770 e morreu em 839. Ele é considerado o "primeiro Rei da Inglaterra", após unificar alguns dos Reinos da Heptarquia.
Filho de Ealhmund of Kent e uma mulher desconhecida, Egbert tinha uma meio-irmã Alburga, mais tarde reconhecida como santa. Alburga foi casada com um Ealdorman (uma espécie de Conde moderno) de Wiltshire que depois da morte deste tornou-se freira. Embora não se saiba a data e não haja dados, as vezes é suposto que Egbert casou-se com Redburga (ou Raedburh) provavelmente uma cunhada de Carlos Magno. Esta teoria reforça a tese do porque Egbert ter passado boa parte do tempo e ter laços fortes com a corte real dos Francos. Entretanto não há evidências da existência desta rainha.
O número de filhos de Egbert é incerto. Entretanto Ethelwulf que governou Kent, Essex, Surry e Sussex, era seu filho. Algumas versões da Crônica Anglo-Saxã dizem que Ethelstan era filho de Egbert, mas na verdade ele era seu neto.
Quando Cynewulf (Rei de Wessex antes de Egbert)foi assassinado em 786, Egbert reclamou o trono. porém Offa, rei da Mércia, apoiou Beorhtric contra Egbert. A Crônica Anglo-Saxã diz que Egbert passou três ou treze anos na França exilado por causa de Offa e Beorhtric. Na época do seu exílio, a França era governada por Carlos Magno, que mantinha uma influência dos francos na Nortúmbria e era conhecido por apoiar os inimigos de Offa no sul. Beorhtric morreu em 802 e Egbert tornou-se rei de Wessex provavelmente com o apoio de Carlos Magno e do papa. Na Mércia havia oposição a Egbert, e no dia de sua posse Hwicce (que formou um reino separado da Mércia) atacou Egbert sob a liderança de Ethelmund, um Ealdorman de Hwicce. Na batalha morreram tanto Ethelmund como Weohstan, marido de Alburga.
Em 815, Egbert devastou todos os territórios dos galeses ocidentais, que provavelmente nesta época não incluiam muito mais que a Cornualha; provavelmente desde seu reinado a Cornualha pode ser considerada sujeita a Wessex.
Em 825, Egbert derrotou Beornwulf, rei da Mércia, na batalha de Ellandun. Esta batalha determinou o fim da dominação mércia sobre o sudoeste da atual Inglaterra e Egbert tornou-se o oitavo Bretwalda e primeiro rei anglo-saxão. A crônica diz que Egbert enviou seu filho Ethelwulf a Kent com uma grande tropa e segundo esta mesma crônica, Kent, Essex, Surrey e Sussex submeteram-se a Ethelwulf. Para consolidar estas conquistas, em 827 foi fundada o reino da Inglaterra.
Em 829 o rei conquistou Mércia e Eanred, rei da Nortúmbria, o aceitou como senhor depois de recusar-se a brigar contra ele em Dore (hoje um subúrbio de Sheffield). Em 830 liderou com êxito uma expedição contra os galeses e nesse mesmo ano, Mércia reconquistou sua independência sob a regência de Wiglaf, ainda que não exista certeza sobre a origem desta independência, uma rebelião ou resultado de uma concessão de Egbert a Wiglaf. Em 836 Egbert foi derrotado pelos daneses, mas em 838 ganhou uma batalha contra eles e seus aliados, os galeses do oeste em Hingston Down na Cornualha.
Egbert morreu aproximadamente no ano de 839 e foi sepultado na antiga igreja de Winchester. Vários cofres mortuários que continham os ossos dos reis de Wessex e da Inglaterra foram transferidos a Catedral de Winchester no século XI. Durante a Guerra Civil Inglesa, os soldados parlamentáres usaram os ossos de Egbert e outros reis para quebrar as janelas da igreja. Os ossos foram recolocados em cofres. Mas é impossivel destinguí-los sem um exame forense (no momento há quatro crânios no cofre de Egbert junto a outros ossos).